Luciano Maia para o 4dzpatrulha
A Polícia Federal no Rio Grande do Norte
concluiu no início da noite desta quarta-feira, 4 de julho, em Natal, a
“Operação Pichadores Virtuais”, a qual havia sido deflagrada no início desta
semana, com apoio da 3ª Vara da Infância e Juventude de Natal/RN e do
Ministério Público Estadual, mas que não havia sido divulgada até então para
não atrapalhar os desdobramentos da investigação iniciada há três meses.
Nesses últimos dias, foi dado cumprimento às
ordens judiciais expedidas pela justiça visto que os principais suspeitos do
ato infracional são dois menores de 14 e 16 anos, respectivamente. Para
consumar o crime, os adolescentes acessavam indevidamente as páginas das
vítimas, que eram diversos órgãos públicos federais, estaduais e municipais, e
várias instituições privadas.
Os infratores também divulgaram na internet,
dados sigilosos, tais como: informações pessoais, senhas de milhares de
funcionários públicos, de usuários de uma conhecida rede social, de um
organismo internacional e de inúmeras empresas privadas, algumas com
abrangência em todo o território nacional, cujos atos causaram diversos
transtornos para a sociedade norte-rio-grandense.
Para se ter uma ideia da extensão do dano
causado, alguns sites além de terem tido uma exposição indevida de seus
conteúdos sigilosos, também dados foram deletados, sem contar que o estrago foi
tão significativo que até hoje determinados sítios ainda se encontram
fora do ar.
Tão logo deflagrada, a “Operação Pichadores
Virtuais” perdurou três dias de forma velada com o objetivo de garantir a ampla
colheita de provas em complemento ao que já tinha sido apurado nos autos do
Inquérito Policial instaurado. Tal investigação sobre a onda de invasão
praticada pelos envolvidos decorre desde março do ano em curso, sendo que os
autos correm em segredo de justiça.
Conduzidos para a sede da Superintendência da
PF, os menores foram ouvidos na presença dos seus responsáveis legais, tendo
confessado a prática dos atos, alegando que pretendiam divulgar os seus
twitters, para “obter reconhecimento” e, também, como “desafio intelectual”.
Segundo relataram, as invasões ocorreram porque um deles descobriu, utilizando
um programa disponível na internet, as senhas do administrador dos sites. De
posse dessas senhas, ambos iniciaram os ataques. Admitiram, igualmente, serem
simpatizantes de determinado grupo de hackers e argumentaram, a título de
defesa, que a motivação também era a de lutar contra a corrupção, pichando
frases e colocando suas próprias marcas nas páginas invadidas.
Os atos infracionais praticados pelos
invasores configuram os seguintes ilícitos penais: atentado contra a segurança
e funcionamento de serviço de utilidade pública, dano qualificado e divulgação
de segredo.
As investigações seguem conduzidas pelo Grupo
de Repressão a Crimes Cibernéticos da PF no RN, apoiado pelo Setor de Perícias
Técnicas da instituição e, quando concluídas, os autos serão remetidos à 3ª
Vara da Infância e Juventude de Natal/RN e ao Ministério Público Estadual para
as providências legais previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente. Os
adolescentes, que permanecem sob a responsabilidade dos pais, poderão ser
submetidos às medidas socioeducativas previstas em lei.
A “Operação Pichadores Virtuais” foi assim intitulada
pelo fato de os envolvidos invadirem sites, pichando-os com conteúdo relacionado à divulgação de contas de
twitters, com o objetivo de não só danificar aqueles sítios, mas,
principalmente, obter fama e reconhecimento por aqueles atos.
Informações: Comunicação Social da PF no Rio Grande do Norte
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