Uma
realidade antiga, preocupante e que chegou ao limite. A Casa de Detenção de
Natal, mais conhecida por Presídio Provisório Raimundo Nonato, está hoje sem
qualquer controle e os presos resolveram mandar no local. Com cerca de 400
detentos divididos em duas alas e 20 celas, a unidade prisional vive momentos
de tensão e a iminência real de fugas.
Após
uma paralisação dos agentes penitenciários realizada na semana passada, os
presos revoltados com a proibição da entrada de alimentos trazidos pelos
familiares, resolveram promover um verdadeiro quebra-quebra no interior do
presídio.
As
grades, cadeados e paredes foram destruídos em uma ação que durou apenas
algumas horas. Todos os presos que normalmente permaneciam nas celas durante a
maior parte do tempo agora estão soltos e usando todas as dependências do
presídio.
De
acordo com Moisés de Brito, diretor do Sindasp-RN, o clima é de total
insegurança. São apenas sete agentes penitenciários, a maioria desarmada, e
nove policiais militares para garantirem a ordem e evitar que os presos fujam.
“Não há condições nenhuma de entrarmos. Seria um risco muito alto para qualquer
um de nós. A nossa preocupação é de os presos estarem usando o tempo sem
revista para cava túneis”, informou.
Ainda
segundo Moisés, devido ao pequeno número de agentes fica quase impossível
impedir a entrada de produtos como: drogas e celulares. Muitos dos detentos são
flagrados fazendo o uso das duas coisas. Na noite de ontem, policiais do
Batalhão de Choque estiveram na unidade com a finalidade de fazer uma varredura
na parte externa do presídio na tentativa de abortar qualquer ação de fuga, mas
nada foi encontrado.
Os
policiais militares que fazem parte da CIPGD (Companhia de guarda dos
presídios) também estão preocupados com a situação. O presidente da associação
de cabos e soldados, Roberto Campos, disse a reportagem do Portal BO que sente
o Comando Geral sem interesse de resolver questões inerentes aos PMs e que
outros problemas também são preocupantes e nada foi feito nos últimos anos.
“Nós
temos policiais trabalhando na escuridão em uma guarita insegura, sem coletes e
com uma alimentação de péssima qualidade. É um absurdo o que o governo está
fazendo com o profissional de segurança pública”, declarou.
Informações: Portal BO
Por Samuel Bruno/Sergio
Costa
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